Em 8 anos nunca me conheceu uma relação estável. Que me permitisse estar com alguém. Ter alguém em casa connosco. Alguém que estivesse presente.
Só que agora há alguém. Com quem ela até tem afinidade desde o início. Com quem ela vê desenhos animados, brinca, conversa, passeia e ri... contando que eu não esteja por perto.
Portanto... sempre que estamos os dois, salta-me para o colo. Quer beijos, e abraços, e tenta chamar à atenção de todas as formas. Arma-se em engraçada, faz birras. Não parece a minha menina.
E esta é uma situação nova para mim. Sem ceder, em muitos dos aspectos, tento que ela não sinta tanto impacto. Reli-lhe a história das mães. Tento reforçar-lhe a auto-confiança. Ontem à noite, tivemos uma conversa mais séria. Ela disse-me o que sentia. E eu apercebi-me que talvez a tenha protegido demasiado. Talvez tenha sido demasiado condescendente. Talvez nunca tenha sabido delinear os espaços. Criar os nossos próprios espaços. Acabou a chorar. Expliquei-lhe que o meu amor por ela não se divide, nem tem tamanho, nem ninguém separa. Que é e vai ser sempre o meu amor maior. Mas que, quem quer que venha, se for para nos fazer felizes, é muito benvindo.
Dormiu sossegada. A prometer-me que ia saber reagir da próxima vez que estivessemos juntos. (Ainda estou para perceber de onde é que veio aquela teoria de que todas as crianças de pais separados têm ciúmes quando as mães arranjam um namorado, mas enfim...)
1 comentário:
Pois... a parte dos ciúmes é a mais difícil de gerir. Mas acho que ela vai conseguir perceber que o teu amor por ela não é substituível :)
Enviar um comentário