Tolerância...

Tenho tomado tantas decisões erradas, cometido tantos erros. Vivi 20 e muitos anos em meios enganos, perdida nos sonhos. Nas minhas ilusões. Aquelas que muitas vezes nem sequer faziam sentido a quem assistia de fora. E mesmo assim eu insistia. Tanto, que acabei por me magoar como nunca. Enganei-me em grande. E criei defesas. Obstáculos. Que muitas vezes não me permitem ver claramente a realidade...

E é aqui que tu entras. Como entraste na minha vida há meio ano. E eu sem saber como viver. Como ser tão feliz. Viver e agir quando finalmente a vida me deu paz. E a calma que sempre procurei.

Hoje foste embora, e o meu coração diminuiu de tamanho. Porque passámos as últimas duas semanas juntos, e foi tudo demasiado natural. Diminuiu, porque pela primeira vez desde que estamos juntos, estive zangada contigo. Dois dias inteiros. Porque sou pouco tolerante. Porque às vezes me custa perceber que és demasiado bom comigo. Que te esforças demasiado. E que também te deve custar esta novidade de levar um "pack família", em vez de uma namorada só. Porque era uma namorada a sério que tu merecias. Daquelas que não tem macaquinhos no sotão. Nem problemas internos por resolver. Nem esta bagagem negativa, este pessimismo intrínseco. Esta quase que vocação natural para fazer asneiras...

Se dúvidas houvesse... adoro a tua maneira humilde de ser. Adoro a tua sensibilidade. A capacidade que tens para me ver, e acreditar em mim, mesmo quando não há nada de bom. A tua capacidade única de achares que eu sou uma pessoa que vale a pena. Gosto que estejas comigo. Sempre. Que me passes esta segurança toda, que assistas às minhas birras com serenidade. Que desabes comigo, e que isso não seja sequer um problema. Adoro a forma como me tratas. Como me aceitas. E como sinto que me amas, apesar de tudo. Apesar de não parecer, eu amo-te da mesma forma. Da minha forma tosca, e desajeitada...