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domingo, 10 de janeiro de 2010

Até te esquecer...



"Acabou, não interessa o que falhou
E não me interessa o que não mudou
Eu e tu sabemos o que se passou
Falei, tentei, expliquei
Prometeste-me e eu esperei
Magoaste-me eu perdoei
Foi mentira mas acreditei
Custou, mas acordei
O amor é uma merda, agora sei
Percebe, desejo-te tudo de bom
A última coisa que tenho pra ti é este som:


Porque: Por mais que custe, eu vou ser capaz
Juro a mim mesmo não voltar atrás
Vou ter saudades mas tu não vais saber
Vou pensar em ti até te esquecer
Acabou, acabou, sim acabou
Acabou e não quero mais
Acabou, acabou, sim acabou
Acabou e não chores mais


Não há dor nem desgosto que o tempo não cure
Se eu amei e acreditei que ninguém me censure
Fiz o que pude agora mudo de atitude
A vida não para, tou vivo a só peço saúde
Não estava escrito, está tudo dito
Se perguntarem por mim diz que tá tudo bem
Que não deu certo mas que a culpa não é de ninguém
Só é quando tiver que ser
Vou pensar em ti até te esquecer
Life goes on
I'm still here
But the love is gone
Não me apanhas nem ao telefone
Para me teres outra vez só se for um clone
E quando me vires na rua sorri, mas continua


Dizias que amavas mas não mostravas
Sabias que erravas mas nunca mudavas
Fizeste tudo errado e agora és passado
Respiro de novo este ar renovado
Mas tou bem, tou bem assim
Tu não, não és pra mim
Chegou, chegou ao fim
Se não me matou tornou-me mais forte..."

Dois anos depois, a luta diária à qual julguei não sobreviver, mas estou aqui. Só eu sei o que têm custado estes pouco mais de 30 dias. Onde não mereci nem uma palavra, uma explicação, um pedido de desculpas, que agora nem sequer quero.

No início. No choque. Ainda achei que era um equívoco. Ainda tentei dizer a mim própria que era uma questão de tempo. E que o tempo acabaria por dar razão aos dois anos que te amei incondicionalmente, sem te questionar de facto. A aceitar o pouco que me davas. Porque o pouco que me davas me fazia demasiado feliz. Depois do choque, a angústia. De não saber o que fazer. De não acreditar que afinal não sabia nada de ti. Porque tudo o que dizias, o que fazias, a forma como agias. Era uma mentira. Depois da angústia, o pânico. Da facilidade com que me expuseste, e mostraste a minha vida. Da frieza com que me quiseste transformar aos olhos dos outros, naquilo que tinha sido só para ti. Depois do pânico, a vergonha. E a ansiedade de ter o perdão de quem me avisou sempre, sem me pressionar, do que estava a viver. A vergonha de não poder voltar ao sítio onde me moldei como profissional, onde aprendi muito do que sei, onde lutei tanto, para chegar onde cheguei. Depois da vergonha, a vontade de desistir. Dias e dias de sono e pesadelos, onde a minha vida terminava. Onde só terminar fazia sentido. Quando passava o tempo a chorar, e questionar o porquê de tanta maldade. Gratuita. Sem qualquer tipo de justificação ou remorsos. Depois da vergonha, esta nova caminhada. Que sei, ainda demasiado difícil. Com dias demasiado tristes, demasiado deprimentes. Mas com outro ânimo. Estranhamente, o golpe que deste na minha auto-estima, funcionou no sentido oposto, e deu-me uma força que nunca tinha tido. Agora vejo, que subestimei os meus desejos, e objectivos. Agora continuo a chorar. Mas sem saudades. A saber que não te esqueci, mas já não te amo, porque nunca exististe, que não na minha cabeça e no meu coração. Continuo a chorar. Às vezes de raiva. Mas tenho arranjado maneira de me erguer. De dar o salto. De mudar. Agora sei, que daqui a uns meses, o meu corpo e a minha alma vão estar diferentes, para melhor. Agora luto para ser melhor mãe e filha, melhor mulher e amiga, melhor irmã. Luto, porque percebi que era feliz com pouco. Com a merda do que teimavas em fazer-me acreditar. Não quero ser rancorosa. Nem vou dizer que foi tudo mau, só porque terminou. Não vou ficar amarga. E sinto-me mais do que nunca, capaz de amar. Porque sei que amar nunca foi o meu erro. O meu erro foi entregar-me da forma que o fiz. E daí... nada vai ser como dantes.

Faz-me rir. Porque finalmente percebi porque não falas. Faz-me rir que continues a usar-me. A mentir descaradamente, para conseguires o que queres. E o que queres, felizmente, está muito longe de mim. Faz-me rir que continues a tentar fazer os outros acreditar que no fim do que me fizeste, eu sou capaz de te querer. De te pedir para voltares. Faz-me rir, quando me mostras que afinal nem sequer tens a inteligência que te reconhecia, e inventas frases ditas por mim, de uma forma ridícula. Que qualquer comum mortal consegue distinguir. Só para atingires mais um objectivo. Só para que alguém me dê descrédito, e pense que foste uma vítima da minha crueldade.

Talvez estes dois anos se expliquem, como me disseram, pela tua sede de poder. Pelo domínio que gostas de exercer à força nos outros. Nas fragilidades que descobriste facilmente em mim. Mas...

... tenho um cabelo novo. Alguns kgs a menos. Roupas novas e sapatos. Sinto-me livre. Livre de um peso que carreguei durante tanto tempo. Porque agora já não há lugar a desconfianças, e ao coração nas mãos. Não há medo de te perder, por motivo nenhum. O ginásio rouba-me força física, mas compensa em bem estar. Até emocional. Tenho uma mobília de quarto nova, em tons de paixão, desencontrada, com texturas e tons diferentes. Desconcertantes. Tenho distracções, outros prazeres, muitos projectos. Tenho mil e uma pessoas preocupadas em recuperar-me. E vão conseguir. Se vão!

Acabou. Não acabaram os dias maus. Não acabou o choque, nem a angústia, nem o pânico, nem a vergonha, nem a ansiedade, nem a vontade de desistir. Mas começou esta nova caminhada. E isto não me tiras, nem que quisesses. Até esquecer quem foste.

Obrigada a todos os que continuam, depois de tudo, a alimentar os meus sonhos!

4 comentários:

Patríciangélico disse...

Gostei muito do post (mas não da parte que me pareceu ser um recado).
Força. Estamos aqui.

Ianita disse...

Omni animo, in perpetuum... :)

Beijos

Unknown disse...

Força, força, força! Vais chegar lá! :)

rutinha disse...

e das cinzas renasce a fenix...agora que estás pronta para te levantares, aproveita o empurrão e sê feliz (muito)!um bjo enorme!